5 anos sem Baba Sérgio de Xangô
“A morte leva, mas não decide a hora de morrer. O mistério maior pertence exclusivamente a Olódumare […] “Morrer é uma mudança de estado, de plano de existência; fazendo parte do ciclo, ao mesmo tempo religioso e vital, que possui início, meio e fim”.
Nazaré Jacobucci
O ser humano se diferencia dos demais seres vivos porque todos sabemos que nascemos e um dia iremos morrer. Morrer faz parte do processo, mas a vida continua para todos. Aos que morrem a vida segue em outro plano e aos que ficam é preciso saber viver com as boas lembranças e momentos vividos com todos que já morreram. Ter saudade também faz parte e é preciso saber viver com isso.
Não morrer implica em não viver, em não poder ter estado aqui em nosso plano e poder contemplar todas as maravilhas que a vida oferece, somente quem nasce e morre tem condições ter acesso a criação da vida por Olodumare e assim um dos maiores privilégios que podemos todos ter.
A palavra que usara? Plantar. Diz-se assim na língua de Luar do chão.
(Mia Couto)
Não é enterrar. É plantar o defunto. Porque o morto é coisa viva.
E como religiosos de matriz africana é preciso contemplar a vida sempre, valorizar a dádiva que recebemos ao nascer e valorizar nossa existência, que se encerra nessa plano quando morremos. No dia 31 de maio de 2019 Pai Sérgio de Xangô, o Baba Sérgio deixou este plano para seguir sua jornada da vida em outro plano.
Quem não sabe viver, não sabe morrer.
(Mãe Stella de Oxóssi)
Hoje Baba Sérgio de Xangô Aloxé é cultuado como um ancestral divinizado, na Fortaleza Ilê Orixá, auxiliando na ordem e dinâmica do axé, já que egun é um regulador do axé, que nos auxilia e nos cuida de onde está, mantendo a ordem e também nos guiando sempre por bons caminhos.
Que a sua caminhada seja sempre de paz, de harmonia e muita tranquilidade, auxiliando todos com o seu axé e orientações deixadas enquanto ainda estava por aqui, nós da Fortaleza Ilê Orixá seguimos a cainhada.
