31 de Janeiro, 2016

Detalhes da culinária para a obrigação

Por Pai Ronie de Ogum Adioko

Àwà-yó fi ara re gbodi.
(Aquele que diz: Não queremos mais comida! torna-se impopular.)

Nos cultos africanos a culinária é de extrema importância, pois todo o axé antes de ser servido passa passa pela cozinha, que é preparado para ser servido, com amor, cuidado e carinho, essenciais para que seja perfeitamente aceite pelo orixá. Durante as festividades isso não é diferente, sempre se prepara algumas comidas de axé que são servidas a população que vem prestigiar o axé, que vem prestigiar o orixá.

No último dia 12 de dezembro a obrigação foi fechada aos filhos do axé, no entanto mesmo assim existe a necessidade de preparo de alimentos, claro que em menor quantidade, mas o axé deve ser feito, é o momento em que o ser humano compartilha do axé do orixá em sua alimentação, através das comidas de axé, através da carne dos animais sacrificados entre outros.

No Rio Grande so Sul, além das comidas de axé também são servidos doces variados, que são distribuídos durante a festividade, o orixá está em festa e segundo a tradição, compartilha de sua festa com todos, distribuindo seu axé também na forma de alimento, que neste contexto passa a ser um alimento sagrado, alimento coberto de axé, de vida, alimento capaz de transformar, de curar.

Quanto maior a quantidade de alimentos servidos e distribuídos maior também é o axé distribuído pelo orixá, pois orixá é fartura, é prosperidade. Prosperidade não somente no sentido de distribuir muito, mas de ter o suficiente para todos. Não adianta ter muita comida para poucos, ou ter pouca comida para muitos, todos são iguais, e devem igualmente receber o mesmo tratamento, ter acesso aos mesmos alimentos, nas mesmas quantidades.

Cada casa de axé escolhe os alimentos que serão distribuídos, em qual quantidade será servida, de acordo com as necessidades e condições de quem está organizando a festa, mas de forma nenhuma distribuir pouco é não ter axé, todos servem de acordo com as condições do momento, o mais importante acima de tudo é o carinho dispensado no preparo, o respeito, a fé e a dedicação para com o orixá durante todo o tempo.

Pai Alexandre agradece a todos os filhos do axé que possibilitaram que os alimentos desta obrigação fossem preparados, e igualmente fossem servidos, levando muito axé de prosperidade e fartura para a casa de cada um, e que cada alimento que foi servido seja para evar cada vez mais saúde e união a cada um.