A balança para Xangô
Sempre após uma obrigação de 4 pé deve ser realizada a balança para a confirmação da obrigação, para a confirmação que tudo está certo, que a obrigação foi aceita pelos Orixás. Esta obrigação foram cortados bichos de 4 pé em duas datas, no dia 09/10 e 16/10.
Desta forma foi realizada balança (cassum) durante o batuque do dia 18 de outubro para confirmar a obrigação dos filhos que cumpriram preceitos de bori de 4 pé, além do Bori de 4 pé de Pai Ronie de Ogum.
Cumpriram preceitos de bori de 4 pé no dia 09/10 os filhos de Pai Ronie de Ogum Adioko:
- Alexandre Dutra de Oxalá Bocum, apadrinhado por Júlia de Oya
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Elizangela Fraga de Oya, apadrinhada por Cláudia de Iemanjá
e Pai Ronie de Ogum, que cortou para o seu bori com o auxílio de alguns filhos do axé.
No dia 16/10 Edgar de Xangô Godô, filho de Pai Ronie, também realizou seu bori de 4 pé.
Na primeira vez que todos participam da balnça é normal algumas pessoas ficarem nervosas, mas não existe nenhum motivo para criar pânico quando a obrigação é realizada com honestidade, amor, respeito e axé. Pois é apenas a finalização e uma etapa.
Fazer uma obrigação de 4 pé e não participar de uma balança é não ter a sua obrigação confirmada, é não estar com este axé completamente estabelecido, estar incompleto. Faz parte da ritualística. É com a balança que colocamos nas mãos de Xangô o que fizemos para ele julgar.
A partir do bori de 4 pé aumenta a responsabilidade dos filhos que fizeram o bori, pois estreitam a sua relação com o seu Orixá, que fica mais próximo de cada um, desenvolvemos melhor nossas potencialiades e minimizamos as fraquezas. Reestabelecemos nosso axé, nos fortalecemos. É mais um passo dentro da religião africana.
Com o bori de 4 pé os omorixás são considerados prontos de cabeça, ou seja possuem sua iniciação completa. A cada passo dado na religião africana, sobretudo no batuque do Rio Grande do Sul, quando temos nossa conduta correta, aumentamos nosso axé, nossa força de realização, pois a nossa relação com o sagrado é minimizada. Tendo como passo seguinte, aos que os Orixás quiserem e o filho se propuser o assentamento dos seus Orixás.
Esta balança foi organizada por Pai Alexandre de Oya que destacou antes de iniciar a balança que a nossa bacia religiosa, de nação oyo e jeje, não faz o movimento de balançar as mãos. Foi confirmada com a paticipação de 24 pessoas entre alguns amigos e filhos do axé.
Que Xangô, Orixá responsável pelo axé da balança traga bastante equilíbrio, prosperidade e alegrias a todos que estiveram prestigiando a obrigação em homenagem ao Orixá Ogum Adioko e filhos.