Dançar para o orixá é uma oportunidade de se comunicar com o sagrado, de se repensar nossos valores e também de interagir com o sagrado, ser do axé é poder fazer tudo isso, e estar em uma roda batuque implica em ter contato direto com a divindade.

“a dança é uma das mais puras expressões humanas, e dentro do contexto religioso é de suma importância, pois através da dança o orixá conta a sua história, o seu mito, e nos faz entender melhor a religião africana” (PEREIRA, p. 75, 2015).

A religiosidade africana é festiva, e na dança o orixá dança, expressado seu mito, dá condições do ser humano em interagir com o orixá.

Segundo PEREIRA (p. 76, 2015) “nenhuma outra religião ou crença possibilita que seus participantes tenham contato direto com o sagrado, como ocorre nos cultos afro. O sagrado lado lado com o homem.” Desta maneira os iniciados dentro da religião africana devem valorizar mais este sagrado, sair falando de mal de um orixá é desrespeitar o sagrado, se sentir superior e um orixá ou debochar dele é igualmente desrespeitar.

Durante a roda percebe-se orixás que se salientam mais do que outros, mas de forma nenhuma isso os faz superior, pois todos eles são iguais, e aos que não percebem isso ainda possuem muito o que aprender dentro do culto africanista, além disso ser de um axé implica também em compreender que todos os iniciados possuem um orixá que os protege, que os cuida, e que prejudicar um dessas pessoas é prejudicar o orixá dela. A religião deve ser utilizada exclusivamente como forma de ajudar, de fazer o bem. Quem faz o bem dentro da religião recebe o bem, fazer o mal ou desejá-lo para alguém é também fazer para quem o pede. Muitos podem ser os iniciados, mas poucos são os que realmente compreendem a essência da religião.