O ritual da mesa de Ibeji
B’èjì b’èjì‘re
B’èjì b’èjì‘là
B’èjì b’èjì‘wó
Ìbà ìbejì’re.
Ter nascimento em dobro traz bençãos
Ter nascimento de gêmeos traz honras
Ter nascimento de gêmeos traz dinheiro
Eu saúdo os gêmeos que trazem bençãos.
A mesa de Ibeji é um ritual onde são servidos além de canja, doces, podendo ainda serem servidos frutas e brinquedos. É uma obrigação extremamente importante, um axé de saúde, de properiadade. Não se faz assentamente de orixás sem que seja servida uma mesa de Ibeji. No sincretismo religioso são sincretizados como Cosme e Damião.
Nos cultos de de nação no Rio Grande do Sul, para Ibeji é servida uma mesa com crianças de até 12 anos, em que ficam sentadas ao em torno da toalha, sendo servidas com guloseimas que agradam as crianças, o ritual é complexo e podem ocorrer variações de acordo com a tradição e o fundamento da casa, mas a essência é sempre a mesma.
Quando não é realizado a mesa de Ibeji antes da obrigação, se realiza axés para Ibeji antes de Xapanã, um momento esperado por muitos que estão em uma festa de batuque, pois é grande o número de pessoas que fica aflita a esperar de receber um axé de um orixá. Somente quem é de religião africana entende o significado de receber um doces, uma flor ou apenas um axé de um orixá. onde o que importa não é o valor do presente, mas sim a sua representação simbólica.
Para alguns cultuar Ibeji também é uma forma encontrada no Batuque do Rio Grande do Sul de adaptar o culto a abiku, existente na África, onde são servidos doces as crianças identificadas como abiku, a fim de mostrar que é bom ficar neste mudo, para que se fixem na família em que estão inseridas, conforme nos relata Borba (2013):
“Entendemos também que o fato do Batuque colocar crianças sentadas ao redor da mesa, não serve apenas para homenagear ìbejì, pois ao ler Verger entendemos que dentre algumas dessas crianças possa vir a existir uma que poderá ser um àbíkú, e que por sua vez, sendo agradadas com comidas, guloseimas, brinquedos, brincadeiras, poderão pensar que este mundo é mais interessante e alegre para se viver, em vez de retornar a sociedade àbíkú do òrun”.
Isso de certa forma reforça um conceito que o ritual a Ibeji é também um ritual de saúde aos que participam, minimizando sofrimento em casos de doenças e levando prosperidade a todos os participantes.
REFERÊNCIA
BORBA, Rudinei. O culto Ìbejì no batuque do Rio Grande do Sul. Março de 2013