Com descontração Ilê Orixá se reúne para discutir sobre ervas e plantas dos orixás
Os filhos do axé reuniram-se no dia 5 de agosto, logo após a reunião sobre a obrigação, para participarem da oficina sobre ervas e plantas dos orixás. Já havia ocorrido anteriormente uma oficina sobre esta temática em 2012, mas com a entrada de muitos outros filhos para a casa se fez necessário que ocorresse novamente a fim de fazer com que a aprendizagem fosse transmitida aos demais. Além disso, novos conhecimentos foram agregados, novos desafios para ensinar e também novas vivências.
O Ilê Orixá é uma casa de axé onde a natureza está em seu entorno, com bastante vegetação, utilizada em todos os ritos sagrados. A nossa religião inicia com a água e passa pelas folhas, não se faz nada antes disso, primeiro tudo recebe água e depois passa pelo sangue verde das folhas.
A oficina foi conduzida por Pai Ronie de Ogum Adioko, que inicialmente destacou a importância do respeito que devemos ter com a natureza, do cuidado ao retirar uma erva. Foi destacado que deve-se sempre pedir licença antes do corte, antes de entrar de entrar na mata, pois Ossanhã é o orixá dono da mata. Pegar uma planta sem sua autoriação é como roubar uma planta.
Somos de religião todos os dias de nossa vida, pois orixá está em todos os lugares e e tudo faz parte da natureza. Pai Alexandre de Oya Tofã explicou que esta oficina foi realizada porque havia necessidade dos filhos da casa aprenderem sobre as ervas, já que estavam utilizando ervas para banhos que não deveriam ser utilizadas. Pai destacado, após questionamento da Mari de Oxum que os banhos são usados folhas para os banhos e não flores. Quando se faz um banho de ervas, a folha utilizada de um determinado pertencente a um deterinado orixá leva este axé no banho, por isso se deve sempre utilizar a folha de acordo com o axé que se deseja receber.
Quando se faz um banho é como receber o axorô (o mesmo que ejè, sangue das folhas) sobre o corpo, por isso um axé de força, de saúde. Foi destacado que a fé é um instrumento que alimentamos todo os dias. Durante a oficina foi destacado que na casa não se faz banho com perfume e nel, mas somente com o sumo das folhas maceradas.
As plantas que são usadas para banho devem sempre estar de acordo com a finalidade do que se deseja fazer, e sempre devemos fazer com o máximo respeito zelo, carinho e responsabilidade. Os detalhes em nossas religião são de extrema importância e fazem a máxima diferença.
O ideal sempre após as ervas serem maceradas é que elas descansem, pois tudo dentro da religião se deixa descansar, para receber axé, para estar pronto para o uso, não pode estar cansado, descgastado.
Para tudo existe um horário mais propenso, para a colheitas das folhas que serão maceradas por exemplo o idela ao amanhecer ou ao final da tarde, podendo não se colher a noite se evita, pois este horário é onde as folhas descansam, para crescerem, se reproduzirem e desta forma liberarem mais axé quando forem utilizadas e durante o dia a maioria delas está cansada, necessitando descansarem antes do uso, fazer isso é respeitar o axé de cada uma, pois as folhas possuem vida, força e axé.
Foi lembrado que as ervas todas são sagradas ee merecem respeito, mas que as mais sagradas são as que nativas, as não cultivadas, pois estão no local mais sagrado para Ossanha. Pai Ronie lembrou que na África sempre quando se entra em uma mata se deve pedir autorização e nunca se pega nada dentro de uma mata sem antes deixar alguma coisa para os orixás da mata, como sementes, mudas ou ainda fumo em corda.
O mais importante é entender a dinâmica de cada folha, e que todas elas possuem um axé, que para ser extraído precisa sempre da autorização de Ossanha, o orixá dono de todas elas, pois embora cada orixá possua suas folhas todas pertencem a Ossanha, o legítimo conhecedor do segredo de cada uma delas, que as concede para os orixás, mas não entrega o segredo de cada uma, que somente ele sabe.
Estiveram presentes nesta oficina os filhos da casa Zulamir de Oxum, Fabiana de Oxum, Israel de Ogum, Vanize de Odé, Silvana de Xangô, Andréia de Iemanjá, Elisete de Oxum, Luana de Xapanã, Elizangela de Oya, Doliris de Iansã, Cristiano Clede Odé, Janaína de Oya, Jorge de Ogum, Marcela de Oxum, Cleber de Ossanha, Júlia e Oya, Fernanda de Xangô, Divina de Oxum, Igor de Odé, Cátia de Iansã, Érica de Oya, Michele de Obá, Terezinha de Oxum, Alissa de Oya, Edgar de Xangô, Letícia de Iansã, Alessandra de Iemanjá, Marcelo de Xangô, Alisson de Oxalá, Ana de Orumilaia, Ynzer de Xangô, Felipe de Ogum, e Laércio.
Pai Ronie de Ogum de Ogum e Pai Alexandre de Oya agradecem a todos que prestigiaram a oficina sobre as ervas e deseja que todos apliquem o conhecimento aprendido para ajudar e para fazer o bem, as utilizando com respeito, carinho e atenção.