22 de Março, 2016

Oficina sobre bichos de obrigação

Por Pai Ronie de Ogum Adioko

Em oficina realizada no dia 05 de março, os filhos do axé e alguns amigos reuniram-se para conhecerem sobre os animais que são utilizados para obrigação. O objetivo desta oficina foi fazer com que os filhos do axé tenham condições de reconhecer o bicho correto para cada obrigação, sem se deixar ser influenciado pelo aviário que na maioria das vezes tenta dizer que um bicho pode falando sobre sua feitura ou de outra casa que conhece, o que muitas vezes causa transtornos. Foi destacado a importância do bicho estar correto e a cor também estar de acordo com nosso ritual, e que para obrigações utiliza-se somente pombos da cor branca, embora de outras cores sejam utilizados em situações específicas e definidas.

Pai Ronie e Pai Alexandre destacaram da importância de se conhecer sobre os bichos corretos para cada obrigação, e destacaram que os bichos obrigatoriamente devem ser sadios e sem machucados.

Foi lembrado que todos que os Orixás masculinos comem galos e os femininos galinhas, com exceção do orixá Oxalá que come galinha, da mesma forma que os 4 pés, onde os Orixás masculinos comem bichos do sexo masculino e os do sexo feminino comem bichos do sexo feminino, com exceção do Oxalá. Os galos e galinhas que são utilzados em nossa feitura são os abaixo discriminados (podendo ter alterações dependendo do caso do corte ao orixá ser realizado junto com outro orixá.

Em nossa feitura Oya pode comer com Obá, que neste caso ambas comem a cabrita mocha, Ogum, pode comer com Ossanha e Xapanã, prevalecendo o bode branco de Ogum, já que Ossanha e Xapanã comem malhados, mas Ogum , não aceita qualquer cor que não seja branco, em todos estes casos as aves de cada um são cortadas individualmente.

Segue a lista de bichos

 

Orixá

Ave

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4 pé

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Bará Lodê galo Bode escuro
Bará Agelú, Lanã e Adague e galo vermelho, mais novo que o do Lodê. Agelú novo. Cabrito malhado
Ogum galo Bode Branco
Oya galinha Cabrita preta com branco
Xangô galo branco Carneiro novo aganju, carneiro velho godô
Odé galo pintado Porco
Otim galinha pintada Porca
Obá galinha poloca, cinza ou amarela bem clara Cabrita mocha
Ossanha galo polaco ou arrepiado bode malhado
Xapanã galo carijó bode malhado
Ibeji frango Carneiro bem novo, aspa pequena

 Ibeji franga amarela (mais nova que a de Oxum) cabrita amarela nova aspa pequena
Oxum galinha amarela cabrita nova Pandá e cabrita maois velha para Docô
Iemanjá galinha branca Ovelha mais nova para Boci e mais velha para Bomi
Oxalá  franga branca (mais nova que a da Iemanjá) cabrita branca
Orumilaia galinha preta cabrita preta

Para obrigações religiosas ainda pode-se cortar meio quatro de Bará até Xapanã com casal de angolistas, pata branca para Oxum, Oxalá e Iemanjá, e ainda obrigação de ebi. É importante sempre lembrar que estas orientações variam de acordo com a feitura de cada um, o que se faz necessário antes de tudo estudar e conversar em seu Ilê sobre a sua feitura. E ainda podem ocorrer orientações diferenciadas de como proceder de acordo com consulta a ifá.

Estiveram presentes nesta oficina Edgar de Xangô, Michele de Obá, Elizangela de Oya, Divina de Oxum, Mãe Fernanda de Xangô, Jorge de Ogum, Cleber de Ossanha, Adriano de Xangô, Eider de Oxalá, Alessandra de Iemanjá, Élia de Oxalá, Elisete de Oxum, Gregory de Ogum, Marcelo de Xangô, Vanize de Odé, Volney de Ogum, Érica de Oya, Júlia de Oya, Alissa de Oya, Terezinha de Oxum, Marisa de Oxum, Letícia de Iansã, Cátia de Iansã, Ana de Orumilaia, Andersson de Xangô, Alisson de Oxalá e Zulamir de Oxum.

Pai Alexandre e Pai Ronie desejam que a partir desta oficina os filhos tenham condições de compreenderem os bichos que devem ser utilizados em cada rito.