3 de Outubro, 2018

Oficina sobre orixá Ibeji

Por Pai Ronie de Ogum Adioko

Texto: Pai Ronie de Ogum

Fotos: Antonio de Oya e Vanessa de Iansã

Na noite do dia 17 de agosto de 2018, os filhos do axé reuniram-se no salão do Ilê Orixá para dialogar sobre o orixá Ibeji. Foi destacado por que muitos filhos fazem confusão com o orixá Ibeji na casa, colocando como qualidade de Xangô e de Oxum, ou ainda como axerô.  Pai Alexandre de Oya e Pai Ronie de Ogum colocaram que  Ibeji é um orixá que representa a dualidade, são filhos concebidos por Xangô e por Iansã, mas cuidados por Oxum. Como foram cuidados por Xangô e Oxum, tudo que lhes é servido Ibeji recebe, pois o filho sempre come o que a mãe e o pai comem.

Além disso para Ibeji são ofertados brinquedos e doces, durante as rezas para Ibeji no batuque é o momento onde os orixás distribuem muitos doces para todos, principalmente para as crianças, por isso são convidadas para participarem da roda.

O Orixá Ibeji consiste na representação dos gêmeos,  por isso a dualidade, o dia e a noite, o certo e o errado, a vida e a morte, o bem e o mal.  Ibeji é criança, mas não um bebê, seu culto sempre realizado em vulto de madeira. Considera-se que um dos gêmeos morreu, por isso o culto em madeira, onde o boneco em madeira representa o vivo e o morto, pois tudo que um come para o outro também é servido. Na África é comum quando um casal de gêmeos nasce e morre um deles se fazer bonecos em madeira e cuidar, para que o outro não morra.

A confusão entre Ibeji existe principalmente entre o culto gaúcho no batuque pois, para a maioria das regiões de culto afro, Ibeji representa um orixá a partem não tendo seu culto relacionado com Xangô ou com Oxum.

Ibeji possui grande importância em ritos de saúde, pois é o único orixá capaz de enganar a morte. Está ainda ligado a harmonia familiar, a pedidos de misericórdia e também prosperidade e na maioria das vezes em que nascem gêmeos, estes pertencem a Ibeji.

O batuque gaúcho preserva um culto especial a Ibeji, a mesa de Ibeji, que é um rito destinado para trazer saúde, pedidos de misericórdia, paz e harmonia a todos, é um rito sempre presente quando orixás são assentados, o Ilê Orixá foi fundado com uma mesa de Ibeji.

Estiveram presentes neste encontro Ana de Orumilaia, Érica de Oya, Jorge de Ibeji, Ivone de Iemanjá, Antonio de Ogum, Divina de Oxum, Vanize de Odé, Volnei de Ogum, Israel de Ogum, Adriano de Xangô, Adriana de Iansã, Zulamir de Oxum e Alissa de Oya, além de Pai Alexandre de Oya e Pai Ronie de Ogum, que todos tenham levem o conhecimento aprendido para o crescimento de cada um. Estiveram também presentes na oficina as crianças Rodrigo e Francieli de Oya.