4 de Julho, 2017

Orientações para abertura de Ilês

Por Pai Ronie de Ogum Adioko

1 – No ano anterior ao pretendido para a abertura do Ilê conversar com Pai Alexandre ou Pai Ronie para combinar as datas de serão e Toque para organização do calendário do Ilê Orixá. A não organização  pode fazer com que fique faltando data para a obrigação.
2 – Combinar com antecedência se houver necessidade de empréstimos de materiais para estrutura (bacias, alguidares, gamelas …). Somente um bom planejamento faz com que uma obrigação ocorra sem problemas.
3 – Em caso de pegar material emprestado ir pessoalmente no Ilê providenciar a separação e retirada. A devolução deve ser realizada da mesma forma, pessoalmente, e no máximo uma semana após a obrigação, em dia e horário combinado anteriormente, momento no qual serão conferidos e reorganizados no local.
4 – Em caso de extravio ou quebra de qualquer coisa comprar para substituição ou pagar o valor correspondente em caso de não encontrar equivalente para substituir.
5 – O calendário deve ser cumprido conforme combinado anteriormente, após conversa com Pai Ronie ou Pai Alexandre, em caso de necessidade de mudança também deve ser comunicado e confirmado com antecedência.
6 – A forma de feitura dos axés deverá ocorrer exatamente da mesma forma que realizada no Ilê Orixá. Não se pode estar em um axé e fazer um axé de forma diferente. Isso também vale para a levantação de axés, da obrigação e também da forma em que a limpeza deve ser realizada.
7 – Verificar com antecedência tudo que será necessário para a obrigação e organizar as compras necessárias para a obrigação. Esta organização visa minimizar problemas e fazer com que a obrigação ocorra de forma mais correta.
8 – Servir janta para todos os irmãos de axé que irem no dia do serão, ou como for combinado anteriormente.
9 – Garantir que todos os ambientes onde ocorrerá a obrigação estejam sempre limpos e organizados.
10 – Lembrar que todos os irmãos de axé que irão a sua casa irão para ajudar, e devem serem todos sempre respeitados de forma igual.
11 – Abrir um Ilê, consiste em uma extensão do axé recebido, nesse caso uma extensão do Ilê Orixá. Todo o axé minimiza ou maximiza de acordo com as atitudes frente ao sagrado, por isso seriedade e humildade são necessários.
12 – Quem pretende abrir uma casa de matriz africana, tem que saber que irão conduzir um grupo de pessoas, desta forma precisam todos aprender a lidar com conflitos, os minimizando e possibilitando maneiras de sempre unir um grupo.
13 – Respeitarem integralmente a filosofia que orienta o Ilê Orixá.
14 – Procurarem sempre participarem de obrigações nas casas de irmãos de axé.  É sempre uma forma de acumular aprendizados, de se integrar com o grupo e também de expansão do próprio axé. Em um axé todos precisamos uns dos outros, e os primeiros que dependemos são nossos irmãos de axé.
15 – Procurar aprender tudo que puder, e somente se aprende participando de obrigações, de levantações de limpezas e tantas outras coisas que ocorrem no dia a dia dentro do convívio de um axé.
16 – E não se pode esquecer que somente será um bom pai ou uma boa mãe o que é um bom filho, e um bom filho é aquele que segue as orientações propostas, está sempre pronto para ajudar, para servir, pois somente assim estará pronto para aprender.
17 – O filho(a) do Ilê Orixá, ao levar seus orixás para sua casa corta para seus orixás no prato e no ori e orixás de seus filhos, não podendo cortar no seu próprio ori e  também não podendo cortar sobre seus orixás, que embora estejam na sua casa a obrigação continua com a responsabilidade de seu pai.