12 de Dezembro, 2011

Palestra Colégio Padre Rambo

Por Pai Ronie de Ogum Adioko

Pai Alexandre de Oya, do Ilê Ogum Adioko e Oya Tofã, esteve no Colégio Estadual Padre Rambo, inicialmente explicou que pertence a uma casa de culto de oyo com jeje, ressaltando que existem diversas tradições africanas que são cultuadas no Rio Grande do Sul, salientando que esta é uma casa totalmente voltada a matriz africana, não existe sincretismo religioso, e as imagens não são cultuadas, lembrou que “… todas as águas levam ao mar, … Deus é um só”.

Pai Alexandre resaltou que o batuque (forma como os cultos jeje-nago são conhecidos no Rio Grande do Sul) é uma religião monoteísta, pois cultuamos somente um Deus, que no africanismo recebe o nome de Olodumare, Olorum, ou Zambi. Da mesma forma que em algumas tradições religiosas Deus é chamado de Jeová, Alá, Brahma, entre outros.

Os Orixás não são considerados formas de representação de Deus, pois não são criadores, somente representam forças da natureza, Oya é a força que move os ventos, a força que move a natureza, que transforma, é a força da mudança, xangô, representa a justiça, o equilíbrio entre o positivo e o negativo, a balança que mede as nossas ações, os nossos erros e acertos, xangô é a escrita que sentencia de acordo com nossos merecimentos, Ogum é a energia que nos permite construir todas as coisas, é o orixá que nos conduz ao trabalho, que nos guia nas diversidades da vida. Oxum representa a magia da vida, o nascimento, a doçura assim como Oxalá a paz, a criação.

Todos os orixas possuem a sua importância, nenhum orixa é melhor que outro, orixa é vida é força, são as divindades que nos permitem ter acesso a Deus, na religião africana cultuamos os Orixas e a ancestralidade, pois o velho é centro do conhecimento, não existe livro sagrado no africanismo, e o conhecimento é transmitido pela oralidade, de geração em geração, sempre foi assim, somente se aprende fazendo.

A religião africana é ecológica, pois preserva a natureza, “sem folha e sem água, não existe Orixa”, o Orixa depende da natureza, e a natureza é o próprio Orixá.

Alexandre lembrou ainda que axé é força vital, presente em cada um.

Para encerrar convidou a todos que conhecerem o Ile Orixá Ogum Adioko e Oya Tofã, destacando a importância dos espaços sagrados presentes no sítio Ilê Ifé, como o lago Oxum Miua, o espaço mato e a estrutura física inteiramente dedicado ao culto da religião africana.

E por fim agradeceu a todos a oportunidade que teve, em especial a Sr Diretor, sua equipe e a funcionária Vilma, que intermediou o encontro.