Conversa sobre a nação dos orixás
Como continuidade ao ciclo de oficinas que são realizadas ao longo do no Ilê Orixá, aconteceu no último dia 19 de setembro “Conversa sobre a nação dos Orixás e a formação de nossa nação Oyo e Jeje”, um momento de aprendizado, com muitas trocas de informação entre todos, mas também de descontração.
Inicialmente foi abordado a importância da compreensão do nosso culto, pois segundo Pai Ronie “não se pode cultuar aquilo que não se conhece”, foi destacado que os Orixás são forças da natureza, que se manifestam em seus filhos, cada orixá corresponde ao culto da própria força da natureza, que é uma porção de olodumare, uma pequena porção que se manifesta no corpo do filho, nunca de forma completa, pois o corpo humano não tem condições de dar suporte a esta energia”.
Após algumas conversas dentro do grupo rapidamente foi compreendido como a nação está estabelecida e de que maneira foi formada no Brasil e especialmente no Rio Grande do Sul. Entende-se por nação a região geográfica da África onde os africanos foram retirados, sendo desta forma cultuado no Brasil com características oriundas de sua terra natal, mas sempre com deficiências em relação a cultura totalitária da região, já que durante o tráfico de escravos, muito conhecimento se perdeu.
A atividade foi de grande importância para a compreensão da nossa matriz religiosa, Pai Alexandre lembra que nossa bacia inicia com “Mãe Bibica de Ogum, que iniciou Princesa Emília de Oya Ladjá, que possivelmente foi quem iniciou Pai Acimar de Xangô Taio, que mais tarde inicia Mãe Eulinda de Oya, responsável pela iniciação de Mãe Jane de Oxum e Pai Chiquinho de Oxalá.
Pai Acimar de Xangô foi iniciado e aprontado na nação Oyo, mas Mãe Eulinda que era afilhada de Pai Joãozinho do Bará Exúby, após desentendimento com Pai Acimar, que a iniciou e aprontou alguns de seus santos, vai para Pai Joãozinho, de Jeje e desta forma agrega o Jeje a sua bacia. Mãe Eulinda retorna novamente a bacia de Pai Acimar, mas leva consigo o seu aprendizado com Pai Joãozinho. Mãe Eulinda fica assim cultuando a nação Oyo e Jeje, e desta maneira Pai Chiquinho, segue a sua bacia em Oyo e Jeje, como foi iniciado.
Que todo o aprendizado que foi absorvido durante este encontro seja para auxiliar cada um a melhor compreender a religião dos Orixás, criando condições para que o conhecimento seja perpetuado e compartilhado com todos. Não basta ser de religião é necessário também saber transferir este conhecimento a todos aqueles que buscam aprendizado e poder tirar religião do preconceito que e existe nos cultos africanos.
Estiveram presentes na reunião além de Pai Alexandre e Pai Ronie: Ana de Oxalá Orumilaia, Adriano de Xangô, Adriana de Iança, Alessandra de Iemanjá, Alessandra de Oxalá (filha de Mãe Carmem de Oxum), Cleber de Ossanha, Mãe Carmem de Oxum Docô, Dionatan de Xangô, Divina de Oxum Demun, Edgar de Xangô Godô, Felipe de Ogum, Fernanda de Xangô Aganju, Gregory de Ogum, Heider de Oxalá, Jorge de Ogum, Janaína de Iança, Júlia de Oya, Yanzer, Marcelo de Xangô Godô, Sabrine de Oxum (filha de Alessandra de Iemanjá), Silvana de Xangô, Terezinha de Oxum, e Zulamir de Oxum.