Culto a ancestralidade
Ògbèri Nko Mo Màrìwò" (O não iniciado não pode conhecer o mistério do Màrìwò
Um dos pilares do batuque do Rio Grande do Sul, é o culto aos ancestrais. Cultuar os ancestrais é manter vivo o axé de nossos antepassados e aumentar o axé do terreiro.
Quando cultuamos o ancestral, não estamos cultuando um espaço para feitiços ou para fazer o mal. Culto ao Egun, é o culto a nossa raiz, ao início de tudo, ao início de nosso axé.
Egun deve ser tratado com muito respeito, cuidado e carinho, da mesma forma que você trata seus Orixás.
Alguns Pais de Santo pouco esclarecidos (mas que se acham donos da verdade), utilizam o culto a Egun como mera ferramenta para realizar feitiços para seus clientes ou mesmo contra seus filhos de santo, que não estão mais em suas casas.
O espaço sagrado aos ancestrais deve ser um lugar limpo, com o mesmo cuidado do peji (quarto de santo). Em nossa raiz oyo-jeje, antes de realizar-se obrigação aos Orixás, deve ser realizada obrigação a Egun.
A casa dos ancestrais deve ficar sempre nos fundos do terreiro onde não devem participar pessoas não iniciadas, devido a energia e força do local.
Poucos Babalorixás e Yalorixás conhecem os ritos específicos ao culto dos ancestrais, e estes costumam manter segredos destas obrigações. Não estamos aqui discutindo o mérito e os motivos que levam muitos Pais de Santo a fazerem isso, mas com certeza por medirem as consequências de seus atos, por saberem que alguns utilizaram este conhecimento de forma inadequada, deturpando a religião.
Para os yorubas, a vida não se encerra com a morte, que é uma passagem para um outro plano. Para que ocorra esta passagem é realizado o ritual do axexê, criado pelo Orixá Oya para homenagear os ancestrais. Oya é a responsável pela transferência do plano do aye para Orum.
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