24 de Março, 2013

Ilê Orixá planta muda de Akoko

Por Pai Ronie de Ogum Adioko
Ewé ófé gbogbo akoko
 Ewé ofé gbogbo akoko
 Awá li li awá oro
 Ewé ofé gbogbo akoko
Akoko,é a folha de todas as pessoas inteligentes
 Akoko é a folhas de todas as pessoas inteligentes
 Nós temos , nós somos, riquezas e saúde
 Akoko é a folha de todas as pessoas inteligentes

Pai Ronie de Ogum Adioko e Pai Alexandre de Oya Tofã em recente viagem ao Rio de Janeiro, adquiriram muda de akòko, no Mercadão de Madureira, para plantar no Ilê Orixá, para utilizar suas folhas em rituais de maceração em banhos de iniciação e purificação.

Ao plantar esta muda, o Ilê Orixá se coloca como um local de resgate do conhecimento popular africano, baseado na oralidade dos mais antigos e uso litúrgico das plantas no rituais afro.

Segundo Gunfaremin (2013) “entre os iorubas [akòko], é considerada um sinal de prosperidade, pois seus troncos eram muito empregados nas feiras, locais onde o comércio era intenso. Era comum que, após serem utilizadas como estacas seus troncos brotassem, gerando novas árvores. Dentro das casas de Candomblé Ketu costuma estar associada principalmente a Ogun e Ossayin, embora na verdade costume ser empregada para todos os orixás”

Ainda para Gunfaremin (2013) “no culto Egúngun, o akòko desempenha um papel fundamental na união dos seres do Ayé (mundo dos vivos) e Orun (mundo dos espíritos). Seu tronco, que geralmente não é muito ramificado, lembra um grande opó ixé, que ligaria o Céu a Terra. Nesse caso, sua principal relação se dá com a iyagbá Oyá, Senhora dos Ventos e dos eguns, que recebe o título de Alakòko, Senhora do Akòko”.

Neto (2012) destaca que “é uma árvore de porte médio (12-15m), de crescimento rápido, com muitas folhas e de aspecto tropical. As flores são tubulares, cor-de-rosa, arranjadas em inflorescência e atraem borboletas e abelhas”.

O plantio da muda ocorreu no dia 8 de março, por Pai Ronie e Pai Alexandre, na presença de Felipe de Ogum, filho do axé. No buraco aberto para o plantio foi colocada água de cachoeira, e colocados axés de Xangô, Ogum e Oya, além de mel e epô. Diversos cânticos africanos foram pronunciados durante o seu plantio. O akòko, segundo alguns Babalorixás antigos serve de ligação entre orun e o aye.

REFERÊNCIAS

AKÒKO a folha do reconhecimento. Disponível por http://gunfaremim.com/?p=151 em 18 mar 2013.

NETO, Francisco Risco e colaboradores. Ervas nas religiões afro-brasileiras. Disponível por http://novaserie.revista.triplov.com/numero_28/yuri-rocha/index.html em 18 mar 2013.