O ritual da balança
Existem muitas dúvidas quanto a balança no batuque do Rio Grande do Sul, sabe-se que na África antiga, existia uma dança chamada aará ijó, que pedia que Xangô lança-se raios, e que pelo poder de sua fé nenhum raio cairia sobre eles, enquanto estivessem de mãos dadas. São muitas as indagações e dúvidas. Mas faz parte da feitura de todo babalorixá e ialorixá de nação, fazer este ritual em obrigações que existe sacrifícios de 4 pé.
Elìjó gòdó a k’àrá wó a ní sé wo a ní seí wo
senhor da dança do tambor, nós recolhemos a queda do raio, temos que faze-lo cair, devemos fazer que caia.
àdé wo wo
coroa, caia, caia (ou entre, entre)
a ní sé wo aní séi wo
nós temos que fazer cair (ou entrar)
a ní sé wo parìwó
temos que fazer cair, um grito ensurdecedor (trovão?)
a ní sé wo abà oró
temos que fazer cair uma porção do espírito
Xangô é o legítimo Orixá da justiça somente ele pode nos julgar. Em uma obrigação de 4 pé este julgamento é realizado pela balança, realizada por apenas iniciados que possuam obrigação de 4 pé aos Orixás.
Durante este ritual Xangô julga se a obrigação foi realizada de forma correta, se tudo ocorreu como deveria. De acordo com a forma com que os Orixás se manifestam na balança se percebe de que maneira que a obrigação ocorreu. Em uma obrigação tranquila, correta, os Orixás também se manifestam desta maneira, tranquilos, e os movimentos de vai e vem dentro da balança são uniformes, não são bruscos e tampouco acelerados.
Foi com este axé de paz e harmonia que fluiu a obrigação que estava comemorando os 7 anos de Oya Tofã de Pai Alexandre.
Com esta balança Pai Alexandre de Oya, que cortou para o su bori, fez a sua confirmação seu bori e de Gisele de Iança, filha de Pai Ronie de Ogxum, que fez seu primeiro bori de 4 pé, ambos realizados no dia 27 de novembro de 2014.
Nas fotos momentos da organização da balança, por Pai Alexandre de Oya e após ter iniciado o ritual.