28 de Novembro, 2013

Oficina sobre ecós de proteção

Por Pai Ronie de Ogum Adioko

Reunidos alguns filhos do axé, juntamente com Pai Ronie de Ogum e Pai Alexandre de Oya, no dia 16 de novembro, o Ilê Orixá realizou reunião para organização do Toque em Homenagem ao Orixá Oya Tofã, que será realizado no dia 14 de dezembro de 2013 as 22 horas, que neste ano também estará reverenciando em especial os Orixás Obá e Xapanã, Orixás regentes do ano de 2014.

Após a reunião, foi ministrada por Pai Ronie e Pai Alexandre uma Oficina de Ecós para proteção. Inicialmente foi explicado quais os ecós que são utilizados no Ilê Orixá e qual a finalidade de cada um deles.

Todo o eco tem por objetivo agir como uma segurança, neutralizando as energias ruins e fazendo com que as energias boas fluam pelo terreiros, desta maneira ao se fazer um ecó para o Orixá Bará por exemplo, este absorve todas as energias negativas que entra no terreiro, além de impedir que pessoas mal intencionadas entrem na casa. Lodê desta forma cuida da rua e Lanã e Agelú de dentro do terreiro por exemplo.

A essência do ecó é colocar sempre um tipo de sangue juntamente com elementos rituais de cada Orixá. É importante destacar que o sangue pode ser de três tipos diferentes, vermelho, branco ou preto. E também pode estar presentes em três reinos diferentes, animal, vegetal ou mineral. Em cada reino temos os três tipos de sangue e tudo que existe possui um pouco de cada um deles, prevalecendo um sobre o outro. (Santos, p. 41-42, 2008).

Durante a Oficina os presentes apredenderam os ecós abaixo:

Bará Agelú

O ecó de Bará Agelú deve ser feito em alguidar ou outra vasilha de barro. Deve ser colocado água, mel e farinha de mandioca crua. Quando for despachado pode ser despachado na entrada de água, por exemplo ao lado de uma cachoeira ou em um cruzeiro.

Bará Lanã / Adague / Lodê

Seguem as mesmas recomendações do ecó para o Bará Agelú, substituindo o mel pelo azeite de dendê (epô). Este ecó sempre deve ser despachado em um cruzeiro.

Oya / Iansa

Em nossa casa não servimos ecó para Oya ou Iansa, no entanto utilizamos uma maça com 9 palitos em torno com um pequeno galinho de pitangueira cravado na parte superior da maça. Este ecó serve para afastar eguns além de purificar o ambiente, já que atrai energias. Despachar em locais não utilizados para o culto, fora do terreiro. Preferencialmente em mata.

Xangô

Ao Orixá Xangô utilizamos 6, 12 ou 24 bananas esmagadas, com farinha de mandioca crua, mel e dendê. Servimos em uma gamela e pode estar sobre uma folha de bananeira. Este ecó também pode ser utilizado como axé para Xangô, colocando no quarto de santo, podendo ainda ter bananas em múltiplo de 6 na gamela. O ideal é que este ecó seja despachado ao pé de uma bananeira.

Ossanhã

Embora cada Orixá possua suas próprias folhas, todas elas pertencem a Ossanha, o Orixá das folhas. E somente ele é quem conhece o segredo mais íntimo de cada folha. Segundo alguns mitos, nenhuma folha nasce ou cai sem que Ossanha tenha antes concedido. O seu ecó tem por objetivo principal atrair saúde para a casa, além de absorver as doenças sobre ele. Pode ser despachado dentre da área do terreiro em um verde.

Xapanã

O ecó de Xapanã tem por objetivo a limpeza do ambiente, purificando as pessoas que passam, absorvendo as energias ruins e impossibilitando que pestes sejam disseminadas no local.

Ecó de sangue (ou ecó para cortar)

Sempre que se corta, uma ave ou 4 pé se prepara um ecó com o sangue do animal imolado, este é feito com água, mel e/ou epô de acordo com o que o Orixá está acostumado, e se marca com o sangue do animal. Este ecó tem por finalidade segurar a obrigação, é a segurança para aquele corte.

Ao término da Oficina, Pai Ronie agradeceu a presença de todos os presentes, que deixaram seus afazeres em suas casas para estarem ali.