2016: novas conquistas e lançamento do livro “Ilê Orixá”
Desde a fundação do Ilê Orixá no ano de 2011, o ano de 2016 foi um marco, pois além de cumprir com todas as atividades propostas para o ano, foi neste ano que foi reaizado o lançamento do livro do Ilê Orixá, para contar um pouco da história da casa. Segue abaixo os principais fatos que foram importantes:
Os filhos do axé reuniram-se no dia 8 de janeiro para a aprovação do calendário social e religioso do ano de 2016, além de outras determinações e ajustes necessários para quem busca a melhora constante desde a sua fundação em 2011. O Ilê Orixá costuma sempre planejar todas as atividades do ano com antecedência, para que seus filhos e amigos tenham condições de planejar o seu ano. Nesta mesma ocasião também ocorreu a entrega dos nomes dos orixás da Letícia de Iansã.
No dia 21 de janeiro o Ilê Orixá comemorou o dia mundial da religião e o dia nacionaal de combate da intolerância religiosa, pois acredita que todos os credos devem ser igualmente respeitados e valorizados, e para isso deve-se sempre valorizar a crença do outro, valorizar a história e os princípios de cada um. Quem faz parte de uma comunidade de terreiro sabe da importância de respeitar as diferenças, de respeitar a todos e o conhecimento produzido por qualquer cultura. Ninguém é o único detentor de um conhecimento e ninguém é o único dono da verdade, por isso é importante saber escutar todos.
Pai Ronie de Ogum, no dia 05 de fevereiro liberou o uso do axé de obé nas dependências do Ilê Orixá, com esta liberação estes filhos podem quando necessário utilizar este axé de acordo com orientações de Ifá para realizar obrigação com seus filhos de santo, e também cortar quando necessário também de acordo com orientações.
Foi realizado no dia 01 de março, por Pai Ronie de Ogum Adioko, o plantio da muda de orobô(orogbo) na sede do Ilê Orixá, que desta maneira se firma como uma casa de tradição, culto e resgate da litúrgia afro, pois não se pode apenas fazer o que os antigos faziam, é necessário buscar o novo. No Rio Grande do Sul é necessário o uso de plantas tradicionais africanas, já que a maior parte sobre este conhecimento foi perdido e na sua tradição original africana isso é de uso cotidiano.
Foi realizada no dia 04 de março, as 20 horas obrigação aos ancestrais no Ilê Orixá, com isso deu-se início a obrigação dentro do axé, já que toda obrigação é iniciada pelo culto ao egun. Egun é não é de forma nenhuma a personificação do mal, e de forma nenhuma é o local para culto de maldades, não deve ser utilizado para isso.
Durante a tarde de sábado do dia 5 de março os filhos do axé Ilê Orixá reuniram-se para entrega dos certificados das oficinas realizadas no ano de 2015. Foram realizadas durante o ano de 2015 quatro oficinas dentro das dependências do Ilê, mesma ocasião em que foram entregues os certificados de assentamento de orixás realizados no ano de 2015.
Ainda no dia 5 de março foi realizada a entrega dos certificados de òrukó dos filhos do axé, de acordo com consulta a ifá nos dias 2 e 3 de março de 2016, a entrega dos certificados foi realizada conforme registro no livro de Ata, de acordo com a ata número 13, de 05 de março de 2016, após a entrega dos certificados ocorreu os filhos do axé se reuniram para a organização da Obrigação dos 9 anos de Oya Tofã de Pai Alexandre. A partir deste ano a obrigação de Oya Tofã e seus filhos passa a ser realizada no mês de abril, conforme já determinado na última reunião do dia 08 de janeiro. E a noite os filhos do axé e alguns amigos reuniram-se para conhecerem sobre os animais que são utilizados para obrigação. O objetivo desta oficina foi fazer com que os filhos do axé tenham condições de reconhecer o bicho correto para cada obrigação, sem se deixar ser influenciado pelo aviário que na maioria das vezes tenta dizer que um bicho pode falando sobre sua feitura ou de outra casa que conhece, o que muitas vezes causa transtornos. Foi destacado a importância do bicho estar correto e a cor também estar de acordo com nosso ritual, e que para obrigações utiliza-se somente pombos da cor branca, embora de outras cores sejam utilizados em situações específicas e definidas.
Pai Alexandre de Oya Tofã, cortou para os seus orixás Bará Lodê Alupagema e Ogum Avagã Jaré, no último dia 18 de março, dando início a obrigação de comemoração dos 9 anos de Oya Tofã, orixá responsável por seu ori. A obrigação foi realizada somente com a presença de filhos do axé de Pai Ronie.
Ocorreu no dia 18 de março o Xirê de sexta, como é conhecido pelos frequentadores do Ilê, com a presença de filhos do axé e alguns amigos que frequentam a casa. É o momento onde os orixás novos podem aprender com os mais antigos e onde a população que frequenta a casa tem condições de receber o axé dos orixás. A grande maioria das casas de axé não fazem xirês fora do período dedicado a festa do orixá guardião da casa, e isso é amplamente compreensível pois desgasta e cansa aos que fazem.
No dia 19 de março mais uma uma Páscoa da solidariedade na sede do Ilê Orixá, dando continuidade as atividades sociais que a comunidade Ilê Orixá abraçou e possui responsabilidade em continuar, a fim de manter compromissos e responsabilidades assumidas na sua fundação, no ano de 2011.
No dia 31 de março de 2016, Pai Alexandre de Oya Tofã cortou para os seus orixás, dando início a comemoração dos 9 anos de sua mãe, ocasião também que cumpriram preceitos aos orixás, alguns dos filhos de Pai Alexandre, pois este ano a obrigação de mãe Oya foi realizada em abril, da mesma forma que se manterá para os próximos anos, pois devido ao crescimento da casa se faz necessário um distânciamento maior entre as obrigações de Oya Tofã e Ogum Adioko.
No dia 07 de abril ocorreu o primeiro bori de 4 pé de Alissa de Oya, que cumpriu os preceitos durante a comemoração do Toque em comemoração aos 9 anos de Oya Tofã de Pai Alexandre, já que a sua obrigação ficou durante todo o toque no quarto de santo.
Durante o toque em homengem a Oya Tofã de Pai Alexandre de Oya, na noite do dia 9 de abril, Pai Ronie lançou seu primeiro livro “Ilê Orixá – uma breve explicação sobre o culto aos orixás“, que além de contar um pouco da história do Ilê Orixá e também a sua história e de Pai Alexandre discute sobre temas relacionados ao batuque do Rio Grande do Sul, dando condições de orientar as pessoas sobre a forma como a casa está fundamentada e a visão sobre a religião africana no estado.
Dia 6 de maio, ocorreu o xirê do mês de maio no Ilê Orixá, onde novamente os filhos e alguns amigos reuniram-se para prestigiar nossos orixás e compartilhar de momentos agradavéis em família, pois a família religiosa é uma extensão da família de cada um. Orixás respondem sempre em obrigações, em respeito ou ainda de acordo com a necessidade, desta forma nos xirês de sexta os orixás respondem para dar o seu axé, para enssinar e também mostrar o caminho. o mês de abril não ocorreu o xirê devido a obrigação de Oya Tofã e seus filhos, que mobilizou todos os filhos e amigos do axé.
Mãe Carmem de Oxum Docô, acompanhada de seu Pai Alexandre de Oya Tofã, seus irmãos do axé Ilê Orixá Ogum Adioko e Oya Tofã e de Pai Ronie de Ogum realizaram a saudação ao orixá Bará na rua, dando início desta forma a cerimônia de início do Toque em Homenagem ao Orixá Oxum Docô.
Pai Ronie de Ogum Adioko realizou o assentamento dos orixás Bará Lodê Obirí e Ogum Avaga Bomaté, de sua filha Mãe Élia de Oxalá Orifan, da cidade de São Leopoldo, de acordo com os preceitos da nação Oyo e Jeje, no dia 2 de junho de 2016, ficando desta forma com todos os seus orixás assentados e sua obrigação completa. Para esta obrigação foi realizado toque aos orixás Bará Lodê e Avagã no dia 04 de junho, tendo mesa de ibeji no dia 10 de junho e terminação em 11 de junho.
Com início da obrigação deste ano para Ogum Adioko, Pai Ronie de Ogum Adioko cortou 4 pé para seu ori, no último dia 14 de julho, na presença de filhos de santo do Ilê Orixá, da amiga Mãe Fernanda de Xangô e seus filhos de santo.
Ocorreu no último dia 29 de julho o xirê de julho no Ilê Orixá com a presença de filhos do axé e alguns amigos da casa, onde se viveu momentos de intensa religiosidade, força, fé e principalmente amor aos orixás, objetivo maior da existência do Ilê Orixá. A cada novo xirê são novas sensações como se fosse o início de uma caminhada iniciada no ano de 2011, mas que se mostra sempre a cada dia melhor.
Na sede do Ilê Orixá, no último dia 5 de agosto, de 2016, aconteceu primeira reunião com os filhos do axé para a organizaão das comemoração dos 11 anos de Ogum Adioko, dos filhos que realizaram assentamento de orixás no ano passado e filhos de obrigação deste ano. Estratégias como esta fazem com que todos trabalhem sempre em conjunto para definir os melhores caminhos e sugestões para poder sempre melhorar. Após a reunião realizou-se uma confraternização com todos e para encerrar a noite foi realizada uma oficina sobre ervas e plantas dos orixás.
No dia 26 de agosto o xirê dedicado ao orixá Bará, com a finalidade de trazer empregos aos filhos do axé que necessitam trocar para um emprego melhor, que buscam o primeiro emprego ou ainda apenas novas oportunidades. Foi um xirê de muita força para todos, onde o axé dos orixás.
Na sexta-feira, dia 26 de agosto foi realizada a maceração da mostarda para a obrigação do mês de outubro, no dia 22. A mostarda após ser macerada foi congelada para ser adicionada no molho do amalá, que será preparado para ser servido durante a festividade. O amalá é comida ritual servida ao Orixá Xangô, nos cultos afro-brasileiros, no Rio Grande do Sul é servido principalmente com mostarda, e no restante do Brasil com quiabo.
Pai Alexandre de Oya Tofã reuniu-se com os seus filhos de axé que possuem interesse em realizar assentamento de orixás no ano de 2017, no último sábado, dia 27 de agosto. Esta reunião é necessária para poder conduzir os que efetivamente irem realizar o assentamentod e seus orixás, pois é necessário que todos compreendam de que maneira será conduzida a obrigação.
Como é realizado todos os anos deste a abertura do Ilê Orixá, na cidade de Gravatai, a campanha do agasalho deste ano mobilizou os filhos do axé arrecadaram mais de 700 peças de roupas e calçados que foram distribuídos no final da manhã de hoje (16/09), a moradores da Vila Rica, nas imdiações do terreiro.
No dia 6 de setembro comemorou-se o aniversário de 9 anos de Oya Tofã e no dia 09 de setembro os 11 anos de Ogum Adioko.
No dia 10 de setembro, as 19 horas, no salão dos orixás, a segunda reunião sobre o assentamento de orixás para o próximo ano (2017), momento onde os filhos que confirmaram a sua intenção em seguir com os preceitos necessários, para dar seguimento aos assentamentos previstos durante a obrigação de 2017, que também irá comemorar os 10 anos de Oya Tofã de Pai Alexandre de Oya.
Em setembro (23), no salão dos orixás, reunião com os filhos do axé para organização das últimas atividades para dar seguimento ao processo religioso no Ilê Orixá, neste ano, que em outubro comemora os 11 anos de Ogum Adioko e obrigação de filhos.
No dia 23 de setembro de 2016, logo após a reunião com os filhos do axé , no salão dos orixás, na sede do Ilê Orixá ocorreu oficina sobre as características dos orixás. Pai Ronie de Ogum destacou primeiramente a ordem que se cultua os orixás em nossa tradição, lembrando que esta pode mudar de uma nação para outra ou ainda em uma mesma nação se a tradição da casa for diferente.
A família Ilê Orixá comemorou os seus 5 anos de fundação com o axé de Ossanha neste ano de 2016, os xirês mensais realizados dentro do axé foram dedicados a orixás diferentes, sendo dedicado ao orixá da saúde, o médico da religião tradicional africana. Ossanha em nossa tradição está associado a cor amarela com verde e o seu axé ao número 7, é o dono de todas as folhas e conhecedor dos segredos de todas elas.
No dia 8 de outubro foi a data de comemoração de 1 ano dos orixás assentados em 2015 por Pai Ronie de Ogum, momento de reviver cada emoção vivida.
O mês de outubro no Ilê Orixá já é dedicado ao orixá Ogum, para isso realizou-se no dia 22 Toque em sua homenagem, onde a fé, a dedicação, respeito e a união de todos fez com que a magia de cada instante torna-se eterno.
Como faz todos os anos o Ilê Orixá realizou a sua tradicional limpeza de fim de ano no último dia 2 de dezembro, a partir das 10 horas da manhã, reunindo seus filhos do axé e dezenas de amigos que buscam iniciar o novo ano com suas energias renovadas. A limpeza se estendeu durante o dia todo para ter condições de atender a todos.
Não se precisa de luxo para cultuar o sagrado, e foi com muita simplicidade que o Ilê Orixá encerrou o ano de 2016 com seu xirê de encerramento do ano aos Orixás Oxalá e Oxum, no Ilê Orixá. Para este xirê não foram sacrificadas aves, já que a obrigaçãod e Pai Alexandre ocorreu no mês de abril, e de Pai Ronie no mês de outubro, não havendo a necessidade de se cortar novamente, até porque não é somente de sangue vermelho que o orixá se alimenta, deve existir um equilíbrio entre os demais tipos e é o somatório de todos que traz a força de realização.
Pai Alexandre de Oya Tofã, efetuou o rito de batismo de VITOR JOAQUIM DA SILVA SCOPPEL, nascido em 12 de novembro de 2016, filho de Volnei Sandro Scoppel e Vanize Lopes da Silva, tendo sido apadrinhado no rito Pai Ronie de Ogum Adioko.
Para encerrar o ano de 2016, no dia 23 de dezembro ocorreu mais uma festa de natal solidário dentro das dependências do Ilê Orixá, foram atendidas dezenas de crianças oriundas da Vila Rica e Vila Maria, próximas ao Ilê Orixá, que está localizado no bairro novo mundo, na cidade de Gravataí. E o natal que já ocorre desde a fundação do Ilê no ano de 2011, todos os anos já é esperado pelas crianças. E nestes 6 anos o Ilê Orixá mostra que sim é possível cada um de nós fazer a sua parte e dedicar um pouco de tempo para ajudar o próximo.
Na noite do dia 31/12, as 22 horas os filhos do axé acompanhados de Pai Alexandre de Oya e Pai Ronie de Ogum realizaram a troca da água de todas as quartinhas, para receber o novo ano, regido para o Ilê Orixá pelos orixás Ogum e Oya. A se trocas as águas no final do ano, se recebe o ano novo com energias renovadas, criando condições de fazer com que desta forma se inicie um ano com novas energias.
Um novo ano se iniciou e os ritos aprendidos seguem sendo praticados no Ilê Orixá, que teve como sua primeira atividade religiosa a realização da abertura para o orixá Exú o cruzeiro, como forma de agradecer ao ano que encerrou e de pedidos que o novo ano seja um ano de paz, harmonia, saúde e conquistas para todos.